Sentei na esplanada da Oásis. Pedi o meu café e o meu pastel de nata. Sr. Reis me veio trazer, os empregados devem estar a fazer a folga ou estão ocupados. Hoje tive direito a patrão e ponto final. Hora do meio da tarde e isto está vazio. Olho para o café, mas ataco primeiro o pastel de nata. Nunca me ocorreu qual devia ser primeiro. Eu faço assim e marimbei nas opiniões contrárias. Saboreei e depois, ainda com massa folhada na boca verti o café esófago abaixo. Que bem que me sabe. Era assim num antes de antigamente e é agora também. Não é na Oásis e não sei se alguma vez provei no Avenida. Os da Flórida eram muita bons também. Mas esses são para Julho e Agosto para meu desgosto. Mas aqui na vazia esplanada, enquanto medito nestas coisas do pastel e do café me deu para dizer-me que eu não luto contra a saudade porque isso era lutar contra mim num mais novo eu era. Eu não tenho sofrimento do que eu era, porque posso dizer eu fui. Hoje sou assim porque eu sentei na esplanada da Oásis, eu fui ao cinema no Impala, eu bebi café na esplanada do cinema que em si era esplanada. Vou chorar? Que nada, vou rir porque agora cinema é na televisão, porque na sala está cheio de solidão e já não tem ruído de gente, só de pipoca.
Aqui no meio da tarde faz conta olho as fotos do boca de sapo a passar no tempo que ele era novinho e tinha interiores de estrelas mil. Até na tarde eu conseguia ver estrelas. Acho agora só devia perguntar-me como é que está aquele interior? Mas isso é misturar com futuro o presente desse passado.
- Sr. Reis, outro pastel de nata, faxavor.
Isto de pensar coisas a meio da tarde abre o apetite dos meus poucos quilogramas dessa altura.
Daqui a pouco eles vão aparecer, vão me desafiar para ir jogar bilhar, mais um perde paga. Só vou depois da hora do boca de sapo. Ele parece é comboio, tem horário e não se atrasa.
Não, não vou chorar a saudade. Vou só dizer eu fui daquele tempo.
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