Me deixa ir só por aí, sem rumo, destino ou finalidade. Vou só seguindo os meus passos, as minhas palavras, recolher num organizar-me para as frases saírem soltas e ritmadas, como se fossem escritas num papiro dos velhos literários. Me deixar só ir limpar sótãos, arrumar prateleiras para ver se cabem mais coisas, se arranjo novos espaços. Me deixa ir de janelas abertas para entrar ar e sol no meu sótão desenergizado.
Me deixa ir num off-line, num modo esquecido de invisibilidade para limpar a poeiras que me leva à insanidade.
Me deixa tirar um tempo ao gosto e saborear o ar fresco das madrugadas adormecidas pela brisa noturna, pelo ar fresco do romper da aurora, pelo cacimbo doutras latitudes. Me deixa só no silêncio para eu me arejar e ficar lindo que nem um arco-íris ou um pôr-do-sol fotogénico.
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