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4 de julho de 2023

vagabundo-me

Vagabundo-me por ideias que não despedi nem indemnizei, que não pesei nem contrariei num contraditório cientifico de inteligência artificial, fazendo das minhas cruzes poemas ocasionais que elevam o amor que sinto por viver. Nas palavras soltas e ideias vadias, faço relatos de desgaste da saudade doce, do carinhoso abraço, do sorriso lindo que recebi em troca de tal passeio. O sol brilha, trago boné a menino rufia, de pala para trás, caminhando gingouso, feito rufia, menino de rua feito intelectual duma esquerda apanhada à boleia da vida, à espera que as rosas floresçam, que os narcisos se alindem e os jacintos de água não se afoguem.
Sou eu a caminhar por caminhos de palavras soltas e frases vadias num vice-versa da vida.
Por caminhos de palavras em carreiros de frases soltas e tantas perdidas palavras. Não tenho fim à vista nem sei onde foi o começo. Vou só seguindo o destraço raciocínio mental que me leva ao que sou hoje, ao que eu penso que sou e ao que outros pensam que sou. Uma realidade em várias formas, que visto sem disfarces, sem preocupações de agradar paladares, sem ferir memórias nem eliminar eclipses fugazes de pensamento. Não sou um mistério, narciso, jacinto ou espinho de rosas. Sou aquilo que sinto que sou, à distancia de mim, dentro de mim, da cidade ou do mato, da esquina ou da recta, do mar ou do ancoradouro. Não posso cuspir o que aos poucos vou esquecendo, não posso amaldiçoar as lembranças menos boas que tenho, não posso abrir o cacimbo para ver melhor, não posso esconder-me porque na minha quase perfeição onde há imperfeições.



Sanzalando

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