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30 de abril de 2021
primaverou-se o cérebro 38
29 de abril de 2021
primaverou-se o cérebro 37
28 de abril de 2021
primaverou-se o cérebro 36
27 de abril de 2021
primaverou-se o cérebro 35
- Mas não te esqueças que mesmo que seja a inteligência quem procura, é o coração mesmo que é quem encontra.
Depois te falei mais pouco porque hoje me apetece mesmo é correr e saltar pelas ondas do mar até gastar estar felicidade que explode dentro de mim e deve durar pouco porque eu daqui a pouco vou errar e tudo vai por água abaixo.
- Olha, senta-te aqui a meu lado a ver se me passa esta tristeza momentanea e inventada com base no futuro e entretanto me conta coisas novas, me fala da Lagoa dos Arcos que foi coisa que eu não sabia tinham inventado na natureza faz mais tempo mesmo ao lado da cidade eu desconhecia por todo que o tempo, me conta da Baía dos Tigres que tem vezes é ilha e eu nunca lhe conheci, me fala do Catrona que eu não sabia lhe tinham descoberto, me descreve o Morro Maluco que eu lhe conheço de ver desde muito longe.
Olha, senta só aqui e me deixa inventar saudades para eu mais tarde sorrir de ver ou só de me lembrar que um dia tudo isto aconteceu na minha cabeça que fica quase louca quando te estou ao lado
26 de abril de 2021
primaverou-se o cérebro 34
Hoje fim de semanou e o calor aperta pelo que quase madrugada. Ainda não eram 9 horas e já estava eu na praia na proximidade do lugar que tu e os teus pais vão pôr o guarda sol azul. É sempre mais ou menos aqui. Mas mais lá para as 10 e tantas é que chegam. Eu vou desansiar e assim caminho desde a ponte que é velha desde que eu nasci até no estaleiro, que fica para lá da casa onde eu vivi nos andos em que eu não me lembro. Cabeça a olhar na areia como que a procurar algum tesouro ou apenas para esconder o meu olhar de quase morto, fantasma da cidade do Amor. Nem eu sei porque caminho assim, escondendo os meus olhos que têm sabor a mar pelas lágrimas que vertem só por saudade dum agora que é constante. É só uma questão de tempo. Eu te esquecerei como te esqueci já tantas outras vezes, sempre fui assim. Lembro-me apenas porque me mostram fotos tuas e aí, como um despertador, me lembro de todos os abraços, todas as carícias, todas as palavras, tudo o que tínhamos para fazer e não foi feito. Porque nunca tivemos coragem para nos falar de nós?
Caminho me lembrando de todas as ilusões que ainda vão aparecer no meu caminho e eu solitáriamente direi para mim que eu fui apenas mais um amigo para ti. Defendendo-me.
São tantos os que mostram ser teus amigos que eu até
da minha sombra me despego por ciúme.
Não sei quando sentirei o teu perfume, quando
respirarei o teu ar ou quando me abrigarei dos teus ventos, se alguma vez tu me
olhasses como eu te vejo.
Caminho desde a ponte até ao estaleiro de cabeça baixa
procurando um tesouro, dentro de mim. Faço o caminho de regresso a olhar para
ver se a tua sombrinha já se aponta ao céu.
Na verdade este meu amor é bem maior que eu. Se não o
fosse eu já te tinha esquecido, tinha caminhado noutra direcção, tinha visto
outras fotos e não tinha acordado para ti.
Te amo mais que ninguém, não existe maior amor que nem
o meu. Quantas vezes já ouviste isto noutras vozes e em surdina?