Naqueles dias em que eu não te vejo dou comigo feito vagabundo da minha mente, indo por aís como se procurasse um porto seguro uma minha cidade nova de Calma.
Me sento a ver o esse mar que me leva daqui até onde está a minha alma viajando futuros.
Amar-te assim feito doença é uma prerrogativa amorosa torturante, asfixiante e se calhar até capaz de ser loucamente mortal. Imagino-me, aqui sentado, como terá sido a ansiedade que senti daquela vez que me abriste a porta, após tanto tempo, e te dei um beijo na face com a ternura duma paixão.
Lembro-me que o cérebro ferveu e o coração fugiu-me assim como o chão onde eu me erguia feito herói. Transpirei num fervilhar de emoções. Já foi tempo a mais de intervalo, mesmo que tenha sido escolha minha deixar a porta fechada e segurando a maçaneta timidamente adiando a reabertura. Esse futuro que me faz sofrer no tempo presente.
Será que tenho medo que as minhas bases tremam até ao desabamento do meu pesado corpo?
Será que não consigo cumprir as promessas que fui fazendo?
Aqui sentado, ouvindo o mar, me encho de perguntas das quais não sei se quero saber a resposta.
Aqui sentado me esqueço da sensação de queda livre num sonho sonhado em páginas de horas sem fim.
Tudo é real. Tu és real e eu sou fruto imaginário da minha pequena realidade.
Aqui sentado, ouvindo o mar marulhando contra as pedras que me protegem, tenho medo de reabrir a porta das feridas que cicatrizei.
As minhas mão estão suadas e o meu coração bate fortemente que nem sei se um dia ele vai aguentar bater tanto assim.
Foste, és e serás minha enquanto eu tiver capacidade de sonhar e de ver através dos meus olhos fechados que estás ali, do outro lado do mar.
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