Hoje fim de semanou e o calor aperta pelo que quase madrugada. Ainda não eram 9 horas e já estava eu na praia na proximidade do lugar que tu e os teus pais vão pôr o guarda sol azul. É sempre mais ou menos aqui. Mas mais lá para as 10 e tantas é que chegam. Eu vou desansiar e assim caminho desde a ponte que é velha desde que eu nasci até no estaleiro, que fica para lá da casa onde eu vivi nos andos em que eu não me lembro. Cabeça a olhar na areia como que a procurar algum tesouro ou apenas para esconder o meu olhar de quase morto, fantasma da cidade do Amor. Nem eu sei porque caminho assim, escondendo os meus olhos que têm sabor a mar pelas lágrimas que vertem só por saudade dum agora que é constante. É só uma questão de tempo. Eu te esquecerei como te esqueci já tantas outras vezes, sempre fui assim. Lembro-me apenas porque me mostram fotos tuas e aí, como um despertador, me lembro de todos os abraços, todas as carícias, todas as palavras, tudo o que tínhamos para fazer e não foi feito. Porque nunca tivemos coragem para nos falar de nós?
Caminho me lembrando de todas as ilusões que ainda vão aparecer no meu caminho e eu solitáriamente direi para mim que eu fui apenas mais um amigo para ti. Defendendo-me.
São tantos os que mostram ser teus amigos que eu até
da minha sombra me despego por ciúme.
Não sei quando sentirei o teu perfume, quando
respirarei o teu ar ou quando me abrigarei dos teus ventos, se alguma vez tu me
olhasses como eu te vejo.
Caminho desde a ponte até ao estaleiro de cabeça baixa
procurando um tesouro, dentro de mim. Faço o caminho de regresso a olhar para
ver se a tua sombrinha já se aponta ao céu.
Na verdade este meu amor é bem maior que eu. Se não o
fosse eu já te tinha esquecido, tinha caminhado noutra direcção, tinha visto
outras fotos e não tinha acordado para ti.
Te amo mais que ninguém, não existe maior amor que nem
o meu. Quantas vezes já ouviste isto noutras vozes e em surdina?
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