Se estava sol ou cacimbo era matemático que eu ia estar sentado numa das esquinas que o boca de sapo ia passar por volta do pôr do sol. Lá ias tu sentada no banco de trás e sempre do lado esquerdo. Eu te via e nunca soube se tu me vias. Era o meu momento de meditação ao que se seguia a excitação de felicidade de ter ter visto.
Eu não sei se era por respeito, medo ou só porque sim que tinha a preocupação de esconder o cigarro que fumava desalmadamente. A tua mãe sempre me sorria. O teu pai me acenava com delicadeza. Tu, nunca descobri o que é que acontecia dentro da tua cabeça.
Quando chegava o fim de semana e as voltas me baralhavam entrava numa tristeza que parecia de funeral. Contava anedotas mas me sentia triste. Se era verão tinha a felicidade de te ver no teu biquini debaixo da sombrinha azul frente ao Clube Náutico. Se era cacimbo era a incógnita de estar à varanda a ver se ias sair. Era triste e ansiosa a minha vida de adolescente que não sabia o que te passava pela cabeça. No entanto e para contradizer-me passou a ser feliz e contente com a volta que me havias feito na minha maneira de ser e pensar. A vida passou a ser vista de outra maneira. Por acaso até os amigos se foram mudando, um a um lentamente foram trocados por outros, mais de acordo com a tal mudança que me acontecia.
A chaminé é que não mudava. Fumava como se fosse a última coisa que eu ia fazer. Nos momento de esperança parecia ainda era mais.
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