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24 de abril de 2021

primaverou-se o cérebro 32

E hoje fui seguir-te no teu passeio de fim de tarde com os teus pais. Como sempre vais no banco de trás no lado direito, à janela. Acho já conheço a voltinha toda. Será que tu me vais ver? 
Primeira vista que te vi foi junto da oficina da rua das Hortas, naquela que tem machimbombo que parte para Porto Alexandre, do Sousa e do Irmão, assim como tem um mecânico a dar para o gordo e mulato da cor, onde um dia arranjei os rolamentos que tanto queria para fazer o meu carrinho de descer a rua.
Desci mais um pouco olhei a montra de pregos da Casa Soares, que ninguém lembra mesmo era esse o nome e lhe chamavam a loja do Passa Fome. Sim esse mesmo que punha 5 litros de gasolina naquele carro que parecia americano de tão grande e antigo que era, e mais cinco num garrafão para voltar quando ia passear ao domingo com a família. Me disseram, nunca soube se era verdade mas também nunca tive que interesse em confirmar. Mas que era assim que lhe chamavam eu tenho certeza mesmo certa. 
Dei berrida nas minhas pernas e parei na esquina do Pires Correia pois na descida do Impila tu ias passar ali.
menina que a gente gosta não me olha mesmo ou se me olha é muito de viés. 
Em vez de fazer o meu carro de rolamentos vou fazer um 'Carro de Sabão' para bater os gajos da Escola Industrial que têm mania que são melhores que os do Liceu e eu vou ficar famoso e ela me vai olhar doutro modo de ver. Mas que não vão me deixar correr.Tenho mesmo que me ficar pelas corridas da Rua dos Pescadores. Dá cabo dos sapatos, pois os tacões é que são os travões, mas o Estregildo põe novos.


Sanzalando

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