Deu assim uma de voltar antigamente no mais agora. Imagina só subir a SOS de burra, ainda não lhes tinham inventado mudanças e a força das pernas era a desmultiplicação dos pensamentos para aguentar e não sair da chica e lhe levar subida acima ao lado.
Assim num repentemente eu queria descobrir o que é que me fez ser assim tão bondoso que lembro até de quem me chingava porque as orelhas pareciam era avião a aterrar.
Assim num agoramente me recordo que o vento que ondula as searas é o mesmo que ondulava o capim do deserto uns dias depois de chuva miúda que tinha caído e inundava as ruas da cidade quadriculadamente desenhada e sem essas modernidades de saneamento.
Assim num instantaneamente sonhei acordado com os lábios que pela primeira vez se encostaram nos meus.
Assim, num ápice, voltei uns anos atrás e desenhei-me numa folha de papel. Irreconhecível. Quem é que ia dizer que aquele miúdo traquina pela calada, calções novos feitos de velhas roupas, joelhos esfolados de corrida de patins ou de carros de rolamentos, chica sem travões comprada no primo por dez tostões, ia ser quem agora se olha de fora para ontens de outros que se esqueceram foram miúdos ou são miúdos que se esqueceram de crescer?
Quem é que vai dizer ele não pode nem ser o mesmo que nem no físico se igualizou? Ele que ela não olhava vai agora escrever cartas para ela nunca saber ele escreveu, agora se armou em palavroso sambista de rascunhos e outras prosas?
Sanzalando
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