Esperei o Boca de Sapo passasse mas ele não passou. Esperei mais um dia e depois outro e foram tantos que esqueci havia um Boca de Sapo que à hora marcada passava naquela curva devagarinho para dar tempo de eu apreciar.
Mas eu, depois de esperar tantas vezes quantas as vezes eu nem sei, eu esqueci de saber o que é que se passava com o Boca de Sapo. As folhas do calendário se amarelaram e eu esqueci faz de conta foi completo. Mas é só num faz de conta porque tem dias eu me lembro das voltas, das horas da volta, dos lugares da volta e das pessoas da volta. Mas esta é a página do meu livro que desconsigo ler em voz alta. Eu esqueci.
Na verdade houve outros carros, outros modelos, outras voltas, outras curvas, outras apreciações e o calendário deixou de ser em papel para passar a ser digital e depois até nem sei mais como se chama agora o calendário que está misturado com o telefone que também é máquina de tirar fotografias. E eu não esqueci.
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