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9 de setembro de 2023

tuatuando ou gravando

Me sentei num dos bancos de madeira da velha avenida de chão de areia vermelha que não faz lama quando chove, antes parece fica mais dura e não poeira quando venta. Não sei onde lhe foram buscar, mas acho foi boa ideia. Mas também não estou aqui para engenheirar ou filosofar sobre a chuva na falta dela. Estou mesmo aqui, no banco de madeira da velha avenida para te dizer que qualquer dia eu saio sem destino, paro num sítio qualquer, onde eu me vá sentir bem, agradavelmente bem e desato a escrever sobre ti, sobre nós, sobre  os tantos significados que me representas. Num resumo, eu te vou gravar em mim. Assim eu vou ter a certeza que em altura nenhuma eu me vou esquecer de ti e do quanto tu me fazes falta, de tudo o que aprendi em ti, dos sorrisos que dei em ti, dos amores perfeitos que me apaixonei por ti.
Aqui sentado num banco de madeira da velha avenida de chão de areia vermelha, eu lamento que não tenha gravado em lado nenhum o meu nome em ti, como se fosse a tua tatuagem de mim e que fosse o elo para não me deixares partir as vezes que parti. 
Era giro se alguém um dia fosse descobrir o meu nome feito em canivete numas costas desse banco de madeira. Minha mãe me ia dar um raspanete que agora ia ser despedagógico mas que na altura era remédio de santo. Mas eu não era dado para esses trabalhos manuais, era mais para escrever poemas sem poesia, rimas desconseguidas de paixão e dor de alma, de lágrimas e fantasia. 
Só tatuei na minha alma essa avenida feita jardim onde um caramanchão de buganvílias me deixavam repousar nas tardes de muito calor a meditar sonhos que mais tarde me iriam fazer falta.


Sanzalando




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