Neste delírio em que me perco tantas e tão pouco que já nem sei se sou imaginação ou se eu existo para lá deste pensamento. Nesta eterna dúvida em que me ponho, quase posso dizer que me apoderei do silêncio e o transformei em vida. Imagina a distância que o amor tem de percorrer para unir dois corações. Às vezes nem a medida humana tem capacidade para tanto, quando esse amor é feito de silêncios. Os intervalos de palavras podem ter anos, décadas, mas o amor feito em silêncio não é possível ser mensurado. Platónico, medida escondida entre lágrimas e silêncios, poderia ser uma, mas seria sempre subjectiva e não real e objectiva.
Há amores de fantasia, de imaginação e de paixão, meio caminho para a loucura. Os amores de silêncio duram a vida toda. Quanto tempo é a vida? Outra dúvida ganha nesta mesa de esplanada enquanto olho para a garrafa de cerveja gelada.
E na noite quase madrugada, estes silêncios se convertem em ecos de melancolia, em sorrisos de tristeza ou lágrimas de saudade.
Sem comentários:
Enviar um comentário