Quantas vezes tenho de me equilibrar na corda bamba que é a vida. Se fosse linear seria o mais próximo de um marasmo de qual sempre quis fugir. Uma corda bamba sempre me leva ao desequilíbrio, ao desalinhamento, à busca do ponto certo de estar, à elevação do ser equilibrado, à procura de ser no estar, mesmo que para isso às vezes caia no ridículo de me auto-flagelar mentalmente.
O terreno sobre onde assentam os alicerces da vida é instável pelo que estou adaptado e preparado para essa instabilidade. Os nossos parceiros, as nossas amizades, a sociedade é instável e a posição que desfrutamos na sociedade é-o também.
O progresso, outrora manifestação do optimismo radical e felicidade partilhada se alterou na dita instabilidade da corda bamba da vida. Hoje a estabilidade advém da instabilidade das mudanças, da inclinação de cada eixo de rotação individual.
Se bem me lembro, o que antes era uma brincadeira de encher tempo, o jogo das cadeiras, deixou de ser uma distração e passou a fazer parte do quotidiano e a derrota que era motivo de chacota virou fonte de depressão e insónia.
E a corda continua bamba e nem apanhando o comboio da estabilidade o equilíbrio pode ser considerado estável.
Cada segundo é uma vida que não +perco de maneira alguma porque cada um me é importante, mesmo quando estou na pausa de olhar o zulmarinho e deixar os meus antanhos minutos me invadirem os pensamentos e fazerem-me navegar por sonhos e desejos como quando eu era criança
Sanzalando
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