A Minha Sanzala

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18 de maio de 2021

cacimbo

Cacimbou que nem apetece sair de casa. Setembro é lixado. Casaco vestido e estou eu na varanda, manhã cedo a ver se vais para o Liceu. Eu sei que vais na Mini-Honde e eu irei a pé, pelo que devia ter saído mais cedo para te ver lá chegar. Chegarei tarde mas irei descontraído pelo caminho, sem necessidade de olhar para trás ao mínimo ruído, real ou imaginário. Com este cacimbo só a ideia de te ver é que me alegra. Nesta manhã acordei com vontade de te escrever um poema. Não o farei por agora. Quero ver-te primeiro e no caminho para o liceu contrui-lo-ei. 
Porque será que eu acordo com vontade de viver por ti? Deveria ser por mim. Isto no futuro, de muitas luas depois, vai-me custar caro, imagino eu. Quando eu for maduro, tropeçar nas rasteiras da vida, cair por outros rabos de saia, magoar e ser magoado, devo começar a compreender que com o espírito livre serei autosuficiente para viver. Mas terei que esperar futuros, porque neste presente eu só te olho e te vejo. Nos intervalos disso me desgoverno num ou outro rabo de saia que me dê conversa. 
Mas nestes dias cinzentos de cacimbo, dias desperfumados, desbrilhados, eu amando em silêncio, acordo por ti, versejo por ti e desconsigo levar-me mais a sério.



Sanzalando

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