Muitos futuros depois deste presente, desde que te recusas a olhar-me, eu me pergunto se algum dia deste teu universo sentiste a minha falta?
Neste presente, que ainda não vivemos o futuro da desunião, estudamos juntos, discutimos matéria, fazemos exercícios, multiplicamos ideias, velejamos, tiramos formação de formadores, sempre carregados de cumplicidade que não ultrapassa essa mesma cumplicidade.
Se me apetecia tocar na tua mão reprimo-me por educação, por medo ou apenasmente porque te gosto tanto que te acho intocável.
Se eu tivesse poder de adivinhação eu agora, olhando para a tua varanda ia pôr-me aqui a imaginar se naquele futuro, depois de tantos vendavais da vida, quando os telefones deixarem de ser de ligar à telefonista num levantar de aparelho e pedir para ligar à casa de, e passarem a ser uma coisa de pôr no bolso e que em poucos anos deixam de ser úteis, tem que se mudar e com ele vem a mudança da lista de contactos, o meu nome será apagado ou manterias por lá não vá ser necessário? Eu sei que nunca esperei nenhuma ligação tua, nunca soube por interposta pessoa que tu me procuravas ou querias saber de mim, mas isso é uma estória que neste presente não tem lugar, porque eu vou ao teu encontro, mesmo quando não estás à espera.
Tenho mesmo de deixar de saber que o futuro estará cheio de desilusões e viver cada presente como único.
Sanzalando
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