A Minha Sanzala

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10 de maio de 2021

passados desvividos

Me ponho a olhar-te numa quase nudez de pensamento. Todos os detalhes guardo na memória e com ela os vou perdendo gradualmente. Uns afastam-se pelo tempo que nos passou, outros apenas porque não era a verdade que eu memorizei, foi a fantasia. No futuro tão longe do hoje te vejo naquele presente alta e bela, resposta pronta e nenhuma vez te vi vacilar, seja no que fosse. Respostas erradas não me lembro, silêncios também não, desde que não fossem para mim. Lágrimas? não me lembro de nenhuma. Se calhar choraste como eu na escuridão do teu quarto. Quem irá saber? 
Porque é que eu não te disse uma única vez que o meu amor por ti nunca iria acabar? Dizem ele nunca acaba, mesmo que hiberne, mesmo que ele pareça cansado, gasto ou de malas feitas. Porquê que eu neste presente era tão tímido e medroso de ser negado mais uma vez?
Não é porque o limite do chega chegou para mim, mas somente para exorcizar os meus passados desvividos


Sanzalando

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