A Minha Sanzala

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14 de maio de 2021

simples vida de reencontros a sós

Passados uns futuros bem largos te encontrei mulher feita e eu homem formado, acabado de formar num curso superior para espanto de muitos, incluindo família e até a mim mesmo. Verdade seja dita desde a minha adolescente mudança radical num mais voltei ao que era e antes pelo contrário. O problema eram as mesmas coisas, qualquer rabo de saia me distraía da caminhada que estava a fazer. Muitas vezes mudei de rumo, mudei caminhos e magoei quem me gostava e eu retribuía. Mas tantas vezes errei que algum dia eu acertaria, dizia eu para mim todas as vezes e, de todas as vezes lá estava a mudança de norte. 
De mudança em mudança lá eu ia seguindo o meu caminho sem me desviar mais dessa faceta de bom estudante. Boa pessoa todos me diziam, também. Mas que defeito seria este. Devia ser defeito de fábrica. Só pode.
Mas estava eu a falar desse encontro e simpáticamente, como sempre foi o meu timbre, me aproximei de ti e te cumprimentei. Nada, nem um sorriso nem um estalo. Ignorância total. Eras tu, sem dúvida. Só podias fazer-me isso. Que esperava eu de ti conhecendo-te tão bem? Insisti e tu, surdamente continuaste e invisivelmente permaneci.
Desisti e afastei-me. O meu coração acelerado. Os meus olhos fixos em ti. A desfeita estava feita e eu lá dentro chorava. Te beijei desde a minha interiorização e de lágrima escondida continuei a olhar-te. Nem uma vez me procuraste com o olhar. Se me tivesses olhado eu ter-te-ia abordado novamente. Mas lá de cima da tua altivez nada aconteceu. Desisti e segui minha vida. Como sempre havia feito.
Vários rabos de saia depois novo reencontro. Mais maduro eu e tu mais senhora. Sim, Senhora que eu sabia. Com o meu garboso sorriso me aproximei, te pedi licença para te cumprimentar e rispidamente disseste:
- Só cumprimento quem conheço. Dizendo isto viraste costas e foste... até hoje não te voltei a encontrar. 
Quase certo haverá mais futuro sendo certyo que nunca houve futuro opara o nós dois.


Sanzalando

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