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22 de maio de 2021

desinfantilizei-me

A minha família se perdia em discussão interna para saber o que estava a acontecer comigo. Notas subiram que até quase ficava no quadro de honra. Reclamações de comportamento deixaram de bater na porta de casa. Recados nos cadernos não havia mais. Vadiações nocturnas quase extintas. Também não precisa exagerar por isso o quase da frase anterior. De manhã era acordar cedo, matabichar, ir na praia ou só para o passeio depois duma pausa na varanda. 
- Que é que este miúdo tem?  ouvi a minha mãe perguntar na minha avó.
- Deve ter conhecido alguém que lhe pôs no lugar. disse a minha avó do alto dos seus anos de sabedoria.
Eu ouvi mas não me mostrei e sorri para mim. Estava orgulhoso mas ao mesmo tempo estava também preocupado. Não é saudável mudar assim tão radicalmente em tão pouco tempo, me dizia eu a mim. 
Eu não queria deixar de aprender a lhe conhecer. Todos os instantes com ela me eram importantes. Com o pai dela aprendi a ser educado, fino no trato e subtil na afirmação da minha presença. Ele é o que eu queria ser quando crescer. 
Nasceu a irmã dela. Diferença grande que a gente quando passeava eu me sentia parecia era tio ou... era assim como ser adulto ainda na adolescência. 
Eu estou na fase em que quando olho as estrelas só a vejo a ela. Acho estúpido esta fase mas eu caí nela e vou dar a volta mais como?


Sanzalando

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