Sento-me na varanda da minha casa e aproveito que minha avó não está para me sentar na cadeira de baloiço dela a olhar para a tua casa. Imagino-te passar por trás do rendilhado parece é crochet da tua varanda. Imagino-te vestida de calças à boca de sino e camisa justa.
Já sei, estou a ter um ataque idiota. Daqui a pouco estou a imaginar que demos um beijo na cara num cumprimento mais intimo. Na verdade não sei se alguma vez o fizemos, o que sei é que escrevo o teu nome em todos os cantos da minha alma, desenho o teu sorriso sem lábios em todos os meus cadernos, ouço-te a música que não cantas nem tocas nos meus ouvidos horas sem fim.
Sei que virei vida ridícula. Mudei-me num avesso de mim anterior. Será que fui fruto dum amor intemporal?
Num futuro eu vou saber, porque neste presente eu diria que mais uma vez eu morri de amores, se me conseguisse ver de fora.
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