Hoje comemoro uma revolução que houve lá no canto que manda na gente. Ficámos por aqui contentes porque vamos começar a decidir quem somos, o que queremos e por onde vamos. Crianças adolescentes irresponsáveis optamos por beber todo o vinho que nos enviam desde lá desse canto que aqui não o podemos produzir. Fizemos festa. Percebemos que a revolução começara e os nossos corações começaram, a cantar as músicas da mudança.
Mais tarde deste presente, num futuro mais próximo, eu viria a perceber que começava aqui neste presente a minha destruição amorosa.
Fizemos as nossas opções, umas por conhecimento e outras apenas por paixão e quando entra esta sai a razão. Participámos activamente. Fomos escolhidos para isto e para aquilo. Pensei eu era importante. Os nossos encontros começaram a ser espaçados porque havia reuniões e comités. Mas a paixão ardia-me e eu procurava-te constantemente. O teu olhar chegava para eu saber de aprovação ou não.
Começou a confusão e o teu pai optou por te mandar para um porto seguro que era lá no canto que mandava nisto tudo.
Fiquei. Triste e consumido. Toda a solidariedade, todo o fervor se diluía na tristeza da solidão. Murchei como se fosse uma flor esquecida de ser regada. Entristeci a ponto de doer.
Sanzalando
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