Sanzalando em Angola
hoje é domingo 16-11-2003 13:29 Forum: Liceu Américo Tomás
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Já fui ao santo sacrifício da saida da missa, ali ao lado do Palácio do Governador, na Igreja de Santo Adrião. Me lembro uma vez que a cidade fechou porque era o casamento da filha do Sr. Governador (Salles de Brito). Parecia o casamento do Príncipe inglês. Cortejo a pé e o povão a atirar qualquer coisa que esqueci. A gente não foi na boda mas ficou feliz. Pobre fica mesmo feliz só de ver os outros feliz. Mas isso era outra coisa. Hoje é Domingo, está calor para caramba e o melhor mesmo é ir até na praia. Vesti os calções, os chinelos de plástico de enfiar no dedo, agarrei na toalha e zarpa que se faz tarde. Praia das Miragens aqui estou eu. Fico na direcção da porta do Club Náutico porque...Num posso nem pensar. Mas ela vai chegar e fica sempre ali. Chapéu de Sol alaranjado. Vem sempre de pai e mãe a tiracolo. O Bouca de Sapo já estacionou. Incho o peito, endireito as costa e dou nas vistas. Bom dia como estao? 'Bem!' figuei contente, me olhou. Dou uma corrida e um mergulho. Ai! também tinha que sai chapão? Num porte atlético, estilo Jogos Olímpicos, nado até à jangada. Mas sempre no meio das cordas não vá as caimbras me licharem. Ué, jangada está mais longe ou sou eu que tou fraco? Consegui. Me sento na borda para respirar e poder olhar o Chapeu de Sol Alaranjado. Que nada, não vem aqui. O pai, aloirado e cabelço penteado para trás dá um mergulho cheio de nota 10. Sai da água, não se despenteou, e vai na toalha apanhar sol. Que não se levanta. Trás Biquini azul, mas não se levanta. Mas aqueles cajos ali estão a jogar à bola e me tapam a visão. Sai daí, meus. Nas arcadas estão os mais velhos que já não têm pele para estes sois. E ela que não vem na água. Subo na prancha.Desconsigo de mergulhar. Só mesmo de pés. Não, tenho que tentar. Tomo balanço, fecho os olhos e já esta! pensei eu. Me enganei. Escorreguei e foi de costas mesmo. Grande estilo. Subi na jangada outra vez, me pus num canto e a chorar lá dentro com a dor nas costas. Tá melhor ir para terra. Tá tão longe. Boia e descança. Nada mais um bocado. Já tenho pé. Puxa, tudo por causa dela e ela não viu nada. Quando era mais monadengue, foi o sr. Bauleth que me ensinou a nadar. Que paciência ele tinha. Foram tantos que aprenderam a nadar com ele. Posso jogar à bola? 'Que não! a bola atrapalha-te'. Fico na baliza?! 'Já disse não, isto é para homens', desconheço quem disse mas andava no liceu. Me fiquei pela toalha à espera de um olhar que não veio. Vou até à ponte. Dizem que um D. Luis qualquer desceu nela quando foi visitar a cidade. Está velhinha. Muitas tábuas já foram comidas pelo salite e os pilares têm reboco de mexihlão. Aqui não vejo o Chapéu de Sol alaranjado.
Felizmente só estamos em Novembro e faz calor
hoje é domingo 16-11-2003 13:29 Forum: Liceu Américo Tomás
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Já fui ao santo sacrifício da saida da missa, ali ao lado do Palácio do Governador, na Igreja de Santo Adrião. Me lembro uma vez que a cidade fechou porque era o casamento da filha do Sr. Governador (Salles de Brito). Parecia o casamento do Príncipe inglês. Cortejo a pé e o povão a atirar qualquer coisa que esqueci. A gente não foi na boda mas ficou feliz. Pobre fica mesmo feliz só de ver os outros feliz. Mas isso era outra coisa. Hoje é Domingo, está calor para caramba e o melhor mesmo é ir até na praia. Vesti os calções, os chinelos de plástico de enfiar no dedo, agarrei na toalha e zarpa que se faz tarde. Praia das Miragens aqui estou eu. Fico na direcção da porta do Club Náutico porque...Num posso nem pensar. Mas ela vai chegar e fica sempre ali. Chapéu de Sol alaranjado. Vem sempre de pai e mãe a tiracolo. O Bouca de Sapo já estacionou. Incho o peito, endireito as costa e dou nas vistas. Bom dia como estao? 'Bem!' figuei contente, me olhou. Dou uma corrida e um mergulho. Ai! também tinha que sai chapão? Num porte atlético, estilo Jogos Olímpicos, nado até à jangada. Mas sempre no meio das cordas não vá as caimbras me licharem. Ué, jangada está mais longe ou sou eu que tou fraco? Consegui. Me sento na borda para respirar e poder olhar o Chapeu de Sol Alaranjado. Que nada, não vem aqui. O pai, aloirado e cabelço penteado para trás dá um mergulho cheio de nota 10. Sai da água, não se despenteou, e vai na toalha apanhar sol. Que não se levanta. Trás Biquini azul, mas não se levanta. Mas aqueles cajos ali estão a jogar à bola e me tapam a visão. Sai daí, meus. Nas arcadas estão os mais velhos que já não têm pele para estes sois. E ela que não vem na água. Subo na prancha.Desconsigo de mergulhar. Só mesmo de pés. Não, tenho que tentar. Tomo balanço, fecho os olhos e já esta! pensei eu. Me enganei. Escorreguei e foi de costas mesmo. Grande estilo. Subi na jangada outra vez, me pus num canto e a chorar lá dentro com a dor nas costas. Tá melhor ir para terra. Tá tão longe. Boia e descança. Nada mais um bocado. Já tenho pé. Puxa, tudo por causa dela e ela não viu nada. Quando era mais monadengue, foi o sr. Bauleth que me ensinou a nadar. Que paciência ele tinha. Foram tantos que aprenderam a nadar com ele. Posso jogar à bola? 'Que não! a bola atrapalha-te'. Fico na baliza?! 'Já disse não, isto é para homens', desconheço quem disse mas andava no liceu. Me fiquei pela toalha à espera de um olhar que não veio. Vou até à ponte. Dizem que um D. Luis qualquer desceu nela quando foi visitar a cidade. Está velhinha. Muitas tábuas já foram comidas pelo salite e os pilares têm reboco de mexihlão. Aqui não vejo o Chapéu de Sol alaranjado.
Felizmente só estamos em Novembro e faz calor
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