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19 de fevereiro de 2004

RECORDAR (36)

Sanzalando em Angola
Tem que não tem 16-01-2004 11:48 Forum: Liceu Américo Tomás

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Na oficina da rua das Hortas, naquela que tem machimbombo que parte para Porto Alexandre, deslembrei mesmo o nome, tá no ponta da língua, assim como o mecânico a dar para o gordo e mulato da cor, arranjei os rolamentos que tanto queria para fazer o meu carrinho. Desci mais um pouco a rua para comprar pregos na Casa Santos. Ninguém lembra mesmo onde era esta casa? Tem nome que lembra todo o mundo - Passa Fome. Sim esse mesmo que punha 5 litros de gasolina naquele carro que parecia americano de tão grande antigo que era, e mais cinco num garrafão para voltar quando ia passear ao domingo com a família. Me disseram, nunca soube se era verdade mas também nunca tive que interesse em confirmar. Mas que assim lhe chamavam eu tenho certeza mesmo certa. Comprei meus pregos e vi que estava pronto para fazer o melhor carro de rolamentos do mundo. Desta vez mesmo que vou bater aqueles gajos na descida.
Olha, ainda vou no Pires Correia comprar comprar Chita para minha mãe fazer um vestido para a mana, que tem festa e tem concurso como todos os anos. Mas já sei que é comprar só por comprar que minha irmã vai dizer no dia que não entra. Tem que não tem é sempre assim.
Me lembrei que já que estou aqui em baixo vou mesmo perto do matador ver os amigos Beleza que parece que está com gripe.
Tem mesmo que não tem assunto para conversar. Cidade pequena não passa nada. As menina que a gente gosta num olha mesmo para a gente e aquelas que a gente não gosta também. Puto sofre na cidade onde nada tem que não tem. Me deixa só crescer e vais ver que tudo vai ser como que diferente mas muito igual. Já agora que estou na filosofia vou mesmo lá no Horto ver o crescer das flores que são boas de bonitas.
Em vez de fazer o meu carro de rolamentos vou fazer um 'Carro de Sabão' para bater os gajos da Escola Industrial que têm mania que são melhores que os do Liceu. Mas que sou puto num vão deixar eu correr. Os outros mesmo que façam. Fico pelas corridas da Rua dos Pescadores. Dá cabo dos sapatos pois os tacões é que são os travões, as o Estregildo que põe novos depois da mãe dar o ralhete quinté tou habituado.
Tem que não tem mas num passa nada, nem chuva passa aqui

2 comentários:

  1. Olá. Vai uma dica: Elísio Henriques Soares, comerciante e agiota, tido como o homem mais rico de Moçâmedes, também conhecido por «Passa Fome». Portanto não se trata de Santos mas de Soares.
    Cumps

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