Sanzalando em Angola
Princesinha aqui estou eu a passear-te 12-12-2003 18:37 Forum: Liceu Américo Tomás
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Que tou mesmo chateado. Maldito cacimbo que num me deixa estar parado a ver o mar. Num se vês mesmo nada. Que vou fazer? Os gajos da Oásis hoje estão só numa de bilhar e a massa num dá para jogar o perde paga. Ficar sentado na esplanada está frio e num dá e ela, no Citroen dourado só passa aqui às 6.15 horas. É sempre assim e hoje que não vai ser diferente. Ficar aqui parado mesmo que não dá. Já sei. Vou na Avenida, c'apanho o machimbombo, vou passar na campo de futebol, depois que viro no Bairro da Facada. Vou visitar o Bairro. Aqui que mora pouca gente que conheça. Mas caramba, a cidade tem 3 machimbombos e eu nunca andei em nenhum, que não vale mesmo. São verdes e grandes e para mais andam sempre vazios que dá para ir na janela ver a cidade. Me disseram que com dois e quinhentos eu vejo a cidade toda que é o que eu vou fazer. Num encontro aqui ninguém que conheço. Vou até subir a estrada que dá para o quartel. Olha o Zé Carlos Bento a fingir que guia camião tendo como volante uma tampa de panela da sopa, penso eu que é da sopa porque é grande. Faz brummmmmmmm e vira e faz pisca. Moleque inventa qualquer coisa para passar o tempo. 'Tás bom miúdo?' lhe pergunto eu como se muito mais velho fosse. 'Tou!' quem conduz que não pode se distrair, penso eu por ele não me dar mais trela. Volto para trás e no Bairro Dos Heróis do Mucaba espero outro Machimbombo. Olha a Gorete. 'Tás boa?' Num que perguntei, eu estava mesmo era a afirmar, mas educação fica sempre bem. 'Que fazes aqui?' reponde ela com pergunta. 'Tou a matar o tempo'. 'Viete-me ver?' que não. Corei porque não é que importasse mas na verdade eu estava mesmo só a matar o tempo. 'Olha, chegou machimbombo' e eu que entro sem dizer adeus nem que nada. Virou no Mercado, e segui até à escola Comercial e Industrial. Num entrou ninguém em todo o caminho e que não saiu também. Apiei. Que bonito ver daqui para baixo. Do outro lado tem Torre do Tombo. Atrás tem um musseque grande para caramba. Tem depósito dágua que parece torre. Machimbombo foi embora e me deixou aqui. Agora tenho que ir a pé? Que não vou não. Mas tenho que ir para baixo e vou andando mas sem vontade. Passo na casa do Delegado de Saúde, passo na frente do Hospital e paro. Vou na casa do Luis Castelo Branco. Inda me dá lanche e vejo Céu, mais velha mas miúdo não é cego. Caramba, que não está ninguém. Sigo e parei à frente do Liceu. Sentei no muro da casa do Dendeka. Uf. Num passa mesmo ninguém. Tem cidade que num mora gente é essa. Ali do dispensário está a Rotunda do Radich, que dá para Porto Alexandre, dá para a Igreja, dá para a Escola Comercial e dá para o Bairro da facada. Quem fez esta cidade que tinha régua, esquadro e compasso. Para onde vou agora? Vou na casa do Ascenso. Volta um bocado para trás e lá vou eu. Passei na dos Chalupas, na do João Duarte. Que está ninguém na rua. Cidade burra, fugindo do cacimbo. Olha está o Serginho. Dois dedos de conversa e fico aqui a matar o resto do tempo.
É Setembro e faz cacimbo para caramba
Princesinha aqui estou eu a passear-te 12-12-2003 18:37 Forum: Liceu Américo Tomás
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Que tou mesmo chateado. Maldito cacimbo que num me deixa estar parado a ver o mar. Num se vês mesmo nada. Que vou fazer? Os gajos da Oásis hoje estão só numa de bilhar e a massa num dá para jogar o perde paga. Ficar sentado na esplanada está frio e num dá e ela, no Citroen dourado só passa aqui às 6.15 horas. É sempre assim e hoje que não vai ser diferente. Ficar aqui parado mesmo que não dá. Já sei. Vou na Avenida, c'apanho o machimbombo, vou passar na campo de futebol, depois que viro no Bairro da Facada. Vou visitar o Bairro. Aqui que mora pouca gente que conheça. Mas caramba, a cidade tem 3 machimbombos e eu nunca andei em nenhum, que não vale mesmo. São verdes e grandes e para mais andam sempre vazios que dá para ir na janela ver a cidade. Me disseram que com dois e quinhentos eu vejo a cidade toda que é o que eu vou fazer. Num encontro aqui ninguém que conheço. Vou até subir a estrada que dá para o quartel. Olha o Zé Carlos Bento a fingir que guia camião tendo como volante uma tampa de panela da sopa, penso eu que é da sopa porque é grande. Faz brummmmmmmm e vira e faz pisca. Moleque inventa qualquer coisa para passar o tempo. 'Tás bom miúdo?' lhe pergunto eu como se muito mais velho fosse. 'Tou!' quem conduz que não pode se distrair, penso eu por ele não me dar mais trela. Volto para trás e no Bairro Dos Heróis do Mucaba espero outro Machimbombo. Olha a Gorete. 'Tás boa?' Num que perguntei, eu estava mesmo era a afirmar, mas educação fica sempre bem. 'Que fazes aqui?' reponde ela com pergunta. 'Tou a matar o tempo'. 'Viete-me ver?' que não. Corei porque não é que importasse mas na verdade eu estava mesmo só a matar o tempo. 'Olha, chegou machimbombo' e eu que entro sem dizer adeus nem que nada. Virou no Mercado, e segui até à escola Comercial e Industrial. Num entrou ninguém em todo o caminho e que não saiu também. Apiei. Que bonito ver daqui para baixo. Do outro lado tem Torre do Tombo. Atrás tem um musseque grande para caramba. Tem depósito dágua que parece torre. Machimbombo foi embora e me deixou aqui. Agora tenho que ir a pé? Que não vou não. Mas tenho que ir para baixo e vou andando mas sem vontade. Passo na casa do Delegado de Saúde, passo na frente do Hospital e paro. Vou na casa do Luis Castelo Branco. Inda me dá lanche e vejo Céu, mais velha mas miúdo não é cego. Caramba, que não está ninguém. Sigo e parei à frente do Liceu. Sentei no muro da casa do Dendeka. Uf. Num passa mesmo ninguém. Tem cidade que num mora gente é essa. Ali do dispensário está a Rotunda do Radich, que dá para Porto Alexandre, dá para a Igreja, dá para a Escola Comercial e dá para o Bairro da facada. Quem fez esta cidade que tinha régua, esquadro e compasso. Para onde vou agora? Vou na casa do Ascenso. Volta um bocado para trás e lá vou eu. Passei na dos Chalupas, na do João Duarte. Que está ninguém na rua. Cidade burra, fugindo do cacimbo. Olha está o Serginho. Dois dedos de conversa e fico aqui a matar o resto do tempo.
É Setembro e faz cacimbo para caramba
Gosto de ler o que escreve sobre Moçamedes e Porto Alexandre. O meu avô, meu herói,de todo o sempre, viveu uma grande parte da sua vida nessas duas terras.
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